Lychnophora pinaster Mart.
Sinonímia
Vernonia trichocarpa Spreng.; Piptocoma lychnophorioides Less., L. trichocarpa ( Spreng ) Spreng.; L. affinis Gardh.; L. brunioides var. affinis ( Gardh ) Baker.; L.rosmarinus Pohl. ex Schultz-Bip ; L. rosmarinus var. eurosmarinus Schults-Bip; L. rosmarinus var. normalis Schults-Bip; L. brunioides var. pinifolia Baker; L. pumilio Pohl e L. piptocoma Schults-Bip.
Nomes populares
Arnica.
Família
Asteraceae ( Compositae ).
Aspectos agronômicos
As espécies do gênero ocorrem em solos superficias retidos em arenito, quartzito ou depósitos ferrosos, ou areia branca profunda , parecendo que estão edaficamente restritos a um substrato particular ou a diferentes regimes de unidade ( COILE & JONES JUNIOR, 1981 ). Segundo SEMIR ( 1991 ), a espécie L. pinaster ocorre em ambientes extremamente xéricos, sendo observada crescendo em campos de canga ( Serras da Rola Moça, Moeda e Curral ) e crescendo entre blocos de rochas ou altos de pequenos morros expostos a intensa insolação e em carrascais nos serrotes como vistos nas serras do Cipó, do Caraça e Lavras. Observou-se arbustos de L. pinaster crescendo nos campos rupestres da Serra da Bocaina ( Lavras-MG ) sobre pequenas depressões rochosas, onde há acúmulo de matéria orgânica.
A arnica ocorre em solos rasos, entre fendas de rochas, onde a retenção de água por um período mais longo se torna difícil.
As Asteraceae de campos rupestres foram estudadas por HANDRO et al., ( 1970 ), quanto a sua anatomia foliar, e entre essas, algumas espécies do gênero Lychnophora. Os autores observaram que alguns fatores ambientais que devem agir como selecionadores dessa vegetação são os solos pedregosos e em declive; queima periódica , altitude acima de 1000m os quais, juntamente com a topografia da região e estrutura da vegetação, devem ocasionar condições de baixa temperatura, vento e grande insolação.
A floração da arnica , de uma maneira geral, ocorreu entre os meses de agosto a outubro, durante a estação seca para a chuvosa.
Esta fenofase ( floração ) coincidiu com a época em que as plantas apresentavam maior percentual de folhas adultas. O tempo médio de floração da arnica foi de aproximadamente oito semanas.
As primeiras chuvas e o início do aumento de temperatura pareceram ter sido os estímulos para a floração da arnica.
Os resultados obtidos identificam que , provavelmente a alternância de temperatura seja imprescindível para obtenção de maior percentual de germinação de aquênios de arnica.
A arnica , durante o ano de observações, apresentou um comportamento fenológico sazonal com relação aos seus aspectos vegetativos, reprodutivos e dispersão de frutos, em função das variações climáticas.
A floração ocorreu entre os meses de agosto a outubro, e a dispersão de frutos se deu entre os meses de dezembro ,janeiro e fevereiro, sendo esta época a mais provável para a coleta de aquênios
Os aquênios apresentaram maiores porcentagens de germinaçãoe IVG ( Índice de velocidade de germinação ), em condições de laboratório, quando foram utilizados substrato EP ( entre papel ) e sob temperaturas alternadas de 20-30°C.
A planta manteve-se com folhas verdes o ano todo.
O clima da região é do tipo Cwb ( mesotérmico ), segindo a classificação de Köppen, caracterizado por um período quente ( outubro a março ) e outro período frio e seco ( abril a setembro ). A precipitação pluviométrica média anual ( média de 25 anos ) é 1529,7mm e as médias de temperaturas máximas e mínimas são de 26,1°C e 14,8°C, respectivamente.
OBS.: Na região de Lavras ( MG ), a arnica encontrada com frequência nos campos rupestres da Serra da Bocaina ( CARVALHO, 1992 ), vem sendo explorada predatoriamente pela população, o que tem levado a uma preocupante diminuição de ocorrência da espécie.
Atualmente a arnica encontra-se na categoria de plantas vulneráveis, ou seja, os “taxa” cujas populações encontram-se em declínio em consequência de sua exploração excessiva, destruição dos habitats ou outra alteração ambiental e cuja sobrevivência definitiva ainda não tenha sido assegurada, O QUE PODERÁ LEVAR A ESPÉCIE À EXTINÇÃO.( SOCIEDADE BOTÂNICA DO BRASIL,1992 ).
Parte usada
Folhas e flores.
CONSTITUINTES QUÍMICOS
Friedelina
Misturas de flavonóides
Quercetina
Ácido lienofóico ( derivado do cariofileno )
15-desoxigoiazenolídeo ( lactona sesquiterpênica
Glicosídeo
ORIGEM
Considerada endêmica do Brasil, com distribuição restrita aos campos rupestres de Minas Gerais.
O.B.S.: Esta vegetação ocorre na Serra do Espinhaço ( MG ), Chapada Diamantina ( BA ) e nas serras centrais do Estado de Goiás.
USOS FITOTERÁPICO
Antiinflamatória, anestésica e cicatrizante, sob a forma de extrato alcóolico.
Pesquisas sobre as propriedades medicinais daquela ou de outras espécies do gênero Lychnophora têm demonstrado que há potencial destas plantas para uso farmacêutico.
OLIVEIRA et al